Confesso que esta senhora sempre conseguiu arrancar-me alguns arrepios com a intensidade que coloca em todos os seus movimentos. Recentemente foi-nos possível visualizar um dos muitos momentos da sua vida mas de certa forma acho importante olhar um pouco mais a fundo para este "momento".
Na década de 70, Marina e Ulay (Frank Uwe Laysiepen - também ele artista) viveram uma intensa história de amor e decidiram que ambos iriam casar depois de uma longa caminhada espiritual sobre a Grande Muralha da China e se encontrarem a meio. A Grande Muralha está construída de forma a começar no Mar Amarelo onde está enterrada a cabeça do dragão, a passar na montanha onde está o corpo e a terminar no Deserto Goby onde está a cauda. Demoraram 8 anos a conseguir as autorizações para a dita caminhada mas também durante esses 8 anos a sua relação esmoreceu e acabou por terminar ali, após inúmeras performances em conjunto. Ulay iniciou o seu caminho no deserto que representa o fogo e o lado masculino da história.. Marina caminhou desde o mar, na água que representaria a parte feminina. Em vez do casamento inicialmente previsto, este encontro terminou com um forte abraço e a decisão de que a partir dali seguiriam caminhos separados. Esta seria a última performance que realizariam juntos.
Em 2010, o MoMA (NY) dedicou uma retroespectiva à obra de Marina que esteve presente com a performance "The Artist is Present" durante a qual partilhava um minuto de silêncio com quem se sentasse diante de si, olhando-se fixamente de forma a partilharem um momento conjunto. Sem pré-aviso e depois de quase 25 anos sem se verem, Ulay aparece sentado em frente a Marina...
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