A embriaguez dos meus sonhos morre já e finda em mim
não renasce…
E não me sinto mais disperso
A junção da tua face com a minha perspectiva a continuidade de algo
que não creio
mas
que no fundo
me faz sentir
Os perfis que surgem em frente
não são mais que sentimentos perdidos e
falsas partidas
onde a vida me atormenta
Sinto-me em traço… Nada mais consigo prever
É a hora…
toda ela consumida por ocas palavras que ficaram por dizer
E sem te sentir nada sou que um mero olhar
- A mente vai-se fechando -
não mais se abre ao passado fúnebre e penoso
que a dor me trouxe
- São tantos os desejos que queria tornar. Todas essas fontes que desejei abrir se esgotam
Perco a esperança…
Decido morrer…
A embriaguez nada de novo me trás…
nem a luz… nem a escuridão
“a indefinição, talvez”
E eis que a lucidez vem em meu caminho
e tudo perco de novo sem a noção da sua certeza
Suportas o meu corpo mole e debilitado
e sussurro gemidos que não transparecem ORDEM
(que julgo nunca ter tido)
Quanto mais escrevo mais o passado se revela,
e se ao menos pudesse eu descobrir o futuro, talvez soubesse
o que te dizer
E eis que também se esvazia
(como o acto da embriaguez)
a insanidade espiritual do meu ser
- Nunca mais anseio não te ver…
- De volta ao início -
onde o tempo cessa nos relógios
e a minha respiração bloqueia…
a última resistência lúcida:
Perdi-me para não mais me encontrar
O meu amor, diluído num copo, transborda, agora, em ódio
Resta-me saber que não te irei achar
pois não me posso reencontrar
(O espírito encerra e os olhos fecham-se com a vontade de o amanhã não existir)
…
Por Tiago Pinto aqui
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